O presidente Justino Malheiros (PV) oficializou a exoneração do procurador-geral da Câmara de Cuiabá, Francisco Faiad. O ato está publicado no Diário Oficial que circula hoje. A exoneração foi a pedido do próprio Faiad, depois que ele foi preso preventivamente em decorrência da 5º fase da operação Sodoma, deflagrada ontem pela Polícia Judiciária Civil.
Ele escreveu uma carta de próprio punho, solicitando ao presidente o afastamento do cargo que ocupava desde 1º de janeiro e recebia salário de R$ 11 mil. O motivo seria "evitar expor" o Legislativo cuiabano.
Faiad foi preso na fase da operação Sodoma que investiga suposto esquema que teria desviado R$ 8,1 milhões dos cofres do Estado, por meio da exigência de propina aos sócios do Auto Posto Marmeleiro e da Saga Comércio e Serviço de Tecnologia e Informática Ltda, Juliano Volpato e Edézio Corrêa, em troca da concessão de contratos e de compras fraudulentas de combustível.
Ele teria recebido, enquanto ocupou o cargo de secretário de Administração do Estado, R$ 916,8 mil de propina que seria destinada à sua campanha para deputado estadual e para o grupo político de Silval Barbosa, ex-governador preso.
Ontem, a defesa de Faiad propôs pagar fiança de R$ 192 mil para converter a prisão preventiva em domiciliar. No entanto, a juíza Sema Arruda considerou o pedido impertinente e disse que Faiad pode permanecer no Centro de Custódia da Capital na antiga cela, na qual estava detido o desembargador Evandro Stábile.
O presidente do Tribunal de Ética e Disciplina da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de Mato Grosso, André Stumpf Jacob, informou que vai recorrer ao Tribunal de Justiça, com pedido de habeas corpus, para tentar reverter a prisão preventiva do advogado Francisco Faiad em prisão domiciliar.
